Hey, esse emprego é meu!!
- Michael São Lázaro
- 21 de nov. de 2018
- 4 min de leitura
Atualizado: 6 de jun. de 2019

Emprego, carreira, profissão... Há uma “profecia” que é anunciada há já alguns anos: o emprego, como o conhecemos, vai mudar. Mais ainda: JÁ MUDOU.
Vou apenas fazer referência a dois factos que JÁ ACONTECEM HOJE e que suportam esta previsão.
Primeiro, basta ver a quantidade de empregos onde o trabalho humano já foi eliminado e substituído por tipo de hardware e software, e que todos os dias aumenta:
- enquanto clientes, todos já passámos numa portagem e pagámos sem interação humana – seja por termos Via Verde, seja por pagarmos numa máquina de pagamento instalada na cabine onde estaria uma pessoa.
- alguns de nós (pronto, talvez muitos de nós!) já vamos ao McDonald’s e fazemos o nosso pedido numa máquina, quando antigamente fazíamos a um assistente de caixa. E já não é exclusivo do McDonalds, pois a Levoo já permite estender esta opção a qualquer outro restaurante, em grande parte dos centros comerciais em Portugal.
- da mesma forma, vamos ao supermercado, registamos nós mesmos as nossas compras, pagamos, colocamos nos sacos e saímos sem falar com ninguém!
- ligamos para linhas de apoio, ou vamos ao site da empresa, e a opção para falarmos com um assistente É PAGA (!) ou então ouvimos a sugestão de nos dirigirmos a uma loja porque a nossa questão não se encaixa em nenhuma das opções disponíveis.
Segundo, practicamente consequência do primeiro, estamos a assistir a uma mudança gritante dos modelos de negócio das novas empresas, onde são precisas menos e menos pessoas para se atingirem enormes resultados – seja em termos de facturação, seja em termos de avaliação:
- os novos modelos já nascem e são desenvolvidos desde o primeiro dia para trabalhar em escala – não de resultados mas de performance, onde se faz mais com menos (sobretudo pessoas);
- a quantidade de software disponível a preços muito baixos faz com que mesmo uma startup com um budget extremamente limitado consiga automatizar ou semi-automatizar a grande maioria dos seus processos, e assim poupar em contratação de profissionais;
- cada vez mais negócios investem em tornarem-se “pontes” e não fornecedores – os exemplos mais óbvios estão à vista de todos (AirBnB, Uber, ou mesmo o OLX, entre tantos outros), mas há um sem número de empresas pequenas que já fazem o mesmo em inúmeros outros mercados;
- e um dado ainda mais preocupante para quem acredita que ser empreendedor nunca será uma realidade para si, vivemos numa era onde há cada vez mais profissionais qualificados no mercado, como nunca houve na história – e quando há menos lugares para mais profissionais, esta passa a ser uma questão matemática.
Para concluir, hoje muita gente fala sobre os perigos que a Inteligência Artificial poderá trazer ao mercado, mas muito pouca gente a discutir sobre as implicações que poderá ter no seu próprio percurso profissional.
As empresas estão dispostas a pagar para retirar as pessoas das suas estruturas. Ponto. Sobretudo se essas pessoas forem profissionais escassos e/ou dispendiosos, como acontece hoje no mundo das Tecnologias de Informação, Engenharias e outras ciências.
Se recuarmos algumas décadas, um profissional escasso no mercado e/ou cujas competências fossem vitais para uma empresa teria a segurança e prosperidade que tanto se deseja quando entra no mercado de trabalho. Hoje as empresas têm outras alternativas e se não tiverem é certo que estarão a investir fortemente para encontrar soluções o mais rápido possível.
O exemplo mais práctico e actual trata precisamente dos programadores e outros profissionais de IT. Hoje são um recurso altamente escasso. Hoje, estima-se que faltem cerca de 700 MIL profissionais de IT na Europa, face ao que seria necessário. Ora, quanto tempo demorará o sistema de ensino a formar quase UM MILHÃO de novos profissionais!?... Provavelmente, muito tempo!... Provavelmente!... :-)
Por isso a solução, mais uma vez, passará por arranjar formas de substituir esses profissionais...
...E HOJE JÁ HÁ!
Um exemplo: se eu quiser modelar um site de alguma outra empresa, já há um software que decifra e me entrega o código que foi usado nesse site, sem intervenção humana! Depois de ter o código, poderei fazer o upload do mesmo em outra plataforma, alterar somente os campos texto et voilá! Se precisar de ajuda para “limar algumas arestas” ou fazer pequenos ajustes e/ou alterações, vou a uma plataforma que me põe em contacto com um profissional freelancer e ele faz isso em 24 horas.
Outro exemplo: se eu quiser criar um logotipo, um cartão de visita ou mesmo o branding completo do meu pequeno negócio – incluindo tudo o que sejam trabalhos multimédia – já há plataformas que usam IA para entregar soluções sem intervenção humana também. Se eu pretender melhorar e/ou ter uma interação com um profissional, essa plataforma (aliás, já são várias a fazer isto) disponibiliza uma via de contacto com o profissional que irá trabalhar sobre o trabalho inicial que já foi entregue – ainda assim, a sua intervenção pessoal será a última fase do processo, mesmo que ele dê a entender que está a trabalhar pessoalmente desde o início. E claro, o cliente irá pagar mais à medida que vai sendo necessária mais e mais intervenção humana.
O futuro imediato segue a linha destes dois exemplos: automatização primeiro, semi-automatização em segundo lugar, e intervenção humana em último recurso – cada vez mais registo de freelancer! E adivinha lá o que é um freelancer!? Exactamente... Um trabalhador por conta própria, um EMPREENDEDOR.
A minha sugestão para todas as pessoas com quem me cruzo nas minhas formações, palestras ou mentoring é sempre que reduzam a sua resistência ao empreendedorismo, porque a qualquer hora poderá ser a sua melhor opção.
Nota que a minha sugestão não tem nada a ver com “chutar o balde” e partir à aventura!... Tem sim a ver com o estar preparado para uma eventualidade que é practicamente...inevitável.
Um abraço,
Michael
LET'S GOOO!!!
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